terça-feira, 16 de maio de 2017

Agrotóxicos, Ciência e Meio Ambiente



Os agrotóxicos foram desenvolvidos na Primeira Guerra Mundial e utilizados como arma química na Segunda Guerra Mundial. Com o fim da guerra, o produto desenvolvido passou a ser utilizado como “defensivo agrícola”.



Figura 1: Homem e o consumo dos agrotóxicos 

Fonte: (Google/Imagens)

O primeiro agrotóxico, o composto orgânico DDT, foi sintetizado em 1874 por Othomar Zeidler, porém só em 1939 Paul Muller descobriu suas propriedades inseticidas. Pela descoberta e posterior aplicação do DDT no 
combate a insetos, Muller recebeu o prêmio Nobel de química em 1948.

O DDT era a grande arma para acabar com o inseto propagador da malária, até que se descobriu que ele como todos os compostos organoclorados é cancerígeno, teratogênico e cumulativo no organismo.

No pós-guerra, os vencedores articularam uma expansão dos seus negócios a partir da indústria química. Na Europa havia fome. Foi então que surgiu a “revolução verde“, que visava promover a agricultura, gerando comida para os famintos do mundo.

 

Fonte: (Google/Imagens)

Com a Revolução Verde, na década de 1950, o uso de agrotóxicos foi implantada através de imposição das indústrias de agrotóxicos e do governo brasileiro: o financiamento bancário para a compra de semente só saia se o agricultor comprasse também o adubo e o agrotóxico. Esta política levou a uma grande contaminação ambiental, sem que a fome fosse extinta.

No ano de 1970, diversas fábricas mundiais foram transferidas para o Brasil, país englobado entre os 5 maiores  consumidores de agrotóxicos do mundo.

Os agrotóxicos podem ser divididos em duas 
categorias:

1. Agrícolas: destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens e nas florestas plantadas;

2. Não-agrícolas:
- destinados ao uso na proteção de florestas nativas, outros ecossistemas ou de ambientes hídricos;

- destinados ao uso em ambientes urbanos e industriais, domiciliares, públicos ou coletivos, ao tratamento de água e ao uso em campanhas de saúde pública .


Figura 2: Agrotóxicos
Fonte: (Google/Imagens)

Atualmente, o controle dos agrotóxicos deve ser feito pelo Ministério da Saúde e a questão ambiental para o Ibama. 

Tipos de agrotóxicos:
Os agrotóxicos são divididos em dois grupos: 
  • Inseticidas -  organoclorados, organofosforados e carbamatos e as piretrinas;

Os organoclorados são os que mais persistem no meio ambiente, chegando a permanecer por até 30 anos. São absorvidos por via oral, respiratória e dérmica, e atingem o sistema nervoso central e periférico. Provocando câncer e por isso foram banidos de vários países.

Os organofosforados e carbamatos são inseticidas mais utilizados atualmente a também são absorvidos pelas vias oral, respiratória e dérmica. Seus efeitos são alteração do funcionamento dos músculos cérebro e glândulas.

As piretrinas são inseticidas naturais ou artificiais. São instáveis à luz e por isso não se prestam à agricultura. São usados em ambientes domésticos na forma de spray, espirais ou em tabletes que se dissolvem ao aquecimento. São substâncias alergizantes e desencadeiam crises de asma e bronquites em crianças.

  • Herbicidas- Paraquat, clorofenoxois e dinitrofenóis.


O herbicida Paraquat oferece grande risco. É um herbicida que mata todos os tipos de plantas. A substância determina lesões de Rim e se concentra nos Pulmões, causando fibrose irreversível.

Os principais clorofenóis são o 2.4-D e o 2.4.5-T, que são cancerígenos. O agente laranja, usado na Guerra do Vietnã, é uma mistura do 2.4-D e do 2.4.5-T.


Os perigos dos Agrotóxicos

O perigo começa no próprio campo, com os agricultores que pulverizam os agrotóxicos nas lavouras. A exposição sem a devida proteção pode ocasionar invalidez e até morte.
Os vegetais e frutas disponíveis no mercado, de aspecto agradável podem esconder em sua película externa fragmentos de agrotóxicos utilizados na lavoura.
O consumo de alimentos cultivados com adubos orgânicos, sementes resistentes e que utilizem um controle biológico de pragas seria o ideal. 
Os metais pesados atuam como agrotóxicos quando lançados nos rios e oceanos; acumulando na cadeia alimentar, chegam pelas descargas dos rios contaminados. As principais fontes são as industriais, os garimpos e as lavouras, que aplicam cobre e zinco no combate aos fungos.
Os efeitos da contaminação dependem não só da dose, como também do tipo de poluente. O chumbo altera a síntese de hemoglobina, provocando anemia, insuficiência renal, problemas no sistema nervoso, cólicas intestinais e convulsões.

Fonte: (Google/Imagens)

Outro sistema de contaminação ocorre por ar contaminado, onde poluentes podem acarretar em debilidade mental, tontura e enfraquecimento de pernas.
Em 2007, pesquisadores descobriram, depois de realizarem um levantamento, que a maioria dos estudos revela a associação entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de linfoma não-Hodgkin e leucemia.
Para as grávidas, o risco é dobrado. Pesquisadores apontam para as fortes evidências que ligam o contato com pesticidas a problemas durante a gestação, como a morte de fetos, defeitos de nascença, problemas de desenvolvimento neurológicodiminuição do tempo de gestação e pouco peso do bebê.
Uma pesquisa feita pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 12 países latino-americanos, revelou que o envenenamento por produtos químicos, especialmente o chumbo e os pesticidas, simbolizam cerca de 15% de todas as doenças profissionais notificadas, 1/6 dos acidentes são oficialmente registrados e que, aproximadamente, 70% dos casos acontece em países em desenvolvimento, com os organofosforados representando 70% das intoxicações agudas, de acordo com a OMS.

No ano de 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) criou o programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), visando monitorar o comprimento da legislação sobre o nível permitido de resíduos agrotóxicos nos alimentos, o uso de quais produtos é permitido em cada colheita, e garantir que produtos como frutas, verduras e legumes cheguem à mesa do consumidor com qualidade e segurança.

Qual alternativa saudável ao uso dos agrotóxicos ?


Uma das possíveis alternativas para a substituição de agrotóxicos são os biopesticidas. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), o termo se refere a produtos feitos a partir de micro-organismos, substâncias naturais ou derivados de plantas geneticamente modificadas, que façam controle de pestes, porém é difícil saber se o produtor utilizou ou não biopesticidas na sua lavoura. 
A opção é escolher, preferencialmente, alimentos orgânicos e sempre lavar frutas, legumes e verduras, independentemente da sua procedência.





Referências Bibliográficas:


Riscos na aplicação dos agrotóxicos. Disponivel em: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/agrotx.htm. Acesso em: 16 de maio de 2017
Agrotóxicos. Disponível em: http://www.coladaweb.com/biologia/alimentos/agrotoxicos-o-veneno-nosso-de-cada-dia. Acesso em: 16 de maio de 2017

Problemas causados pelos agrotóxicos. Disponível em: http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35/1441-os-problemas-causados-pelos-agrotoxicos-justificam-seu-uso.html. Acesso em: 16 de maio de 2017


Agrotóxico - Ministerio do Meio Ambiente. Disponivel em: http://www.mma.gov.br/seguranca-quimica/agrotoxicos. Acesso em: 16 de maio de 2017

Agrotóxicos. Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/agrotoxicos/. Acesso em: 16 de maio de 2017

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