A descoberta dos raios X aumentou
a quantidade de pesquisas em relação a química nuclear, alguns estudiosos como
o casal franco-polonês Pierre e Marie Curie e o físico Ernest Rutherford foram
essenciais para os estudos sobre as partículas radioativas. Além desses
cientistas quem também se destacou foi o francês Paul Vilard que descobriu a
radiação Y (gama) e o casal Irené Currie e Frédéric Joliot que desenvolveram a
radiação artificial.
Figura 1: Pierre Curie e Marie Curie desenvolvendo pesquisas
Fonte: site/SOcientífica
No entanto, a química nuclear ficou conhecida por todos
após a 2° Guerra Mundial, quando os EUA desenvolveram uma arma de destruição em
massa chamada bomba atômica, que funcionava por meio de uma reação nuclear denominada fissão nuclear.
Figura 1: Little Boy, bomba lançada sobre Hiroshima
Fonte: site/HypeScience
Em 1945, uma bomba atômica fazia
mais de 200 mil mortos, centenas de mutilados e meses depois foram registradas várias mortes
de pessoas por doenças causadas por radiação em Hiroshima e Nagasaki. Estes
foram considerados as primeiras vítimas de bombas radioativas. Porém, com o
término da 2° Guerra Mundial um novo olhar foi voltado para os elementos químicos nucleares sendo utilizados como fontes de energia nos anos 70 até os dias
atuais.
Figura 2: Vitimas da bomba atômica em Hiroshima
Fonte: Blog. Foto na História
O primeiro acidente nuclear
registrado em artigos aconteceu por volta do ano de 1979, na Pensilvânia, quando
os materiais utilizados pela empresa não suportaram o calor das maquinas
ocorrendo uma falha no equipamento de refrigeração seguido de um erro
operacional.
Dessa forma, o resultado foi a contaminação por água radioativa no
rio Susquehama e liberação de gás prejudicando o ar atmosférico, o governo
demorou dois dias para iniciar a evacuação, tempo suficiente para ocorrer a
interação da população com o ar contaminado, gerando em seguida diversas mortes
por doenças causadas por radiação e alterações no DNA de alguns seres vivos
presentes nas proximidades.
Figura 3: Usina de Three Mile Island, na Pensilvânia, interditada após o acidente.
Fonte: NPR( National Public Radio: News e Analysis, Words, US, Music & Arts)
No entanto, usinas nucleares continuavam
a ser instaladas sem as devidas precauções, então nos anos de 1986 e 2011, mais
dois acidentes aconteceram, o primeiro em Chernobyl, onde os operadores não seguiram
o código de segurança nuclear, e o segundo em Fukushima, causado por um terremoto de
intensidade de 9,2 na escala Richter, inundando as instalações nucleares e provocando o vazamento de água radioativa e liberação de gás.
Figura 4: Momento da explosão dos reatores nucleares na
Usina de Fukushima.
Usina de Fukushima.
Fonte: site/Energia Pura
É importante
ressaltar que a meia vida (tempo que o
elemento se reduz a metade) dos elementos
radioativos dura mais de 100 anos, alguns passam de mil anos para sofrerem
decomposição total, sendo assim, a maioria dos locais afetados ficam sem
habitantes até que toda a radiação presente no local tenha sido consumida.
Figura 5: Usina de Chernobyl destruída após o acidente
Fonte: VICE News
No Brasil também ocorreu um acidente
nuclear em Goiânia, causado pelo descarte incorreto de material nuclear
utilizado pelo Instituto de Radioterapia de Goiânia que estava sendo transferido
naquela época. Com isso, várias pessoas foram contaminadas pelo contato com
Césio-137 presente nos equipamentos que foram abandonados, as principais vítimas
foram os catadores de lixo que desmontaram os materiais, um deles ao entrar em
contato com o material radioativo passou mal quase de imediato, com fortes enjoos e diarreia, na época foi
levado ao hospital com bolhas nas mãos, os médicos diagnosticaram o catador com
uma doença tropical. Os materiais desmontados foram vendidos como sucata, contaminando outras pessoas inclusive uma família inteira.
Figura 5: Homenagem aos mortos do acidente em Goiânia
Fonte: Google/Imagens
O descarte ou manuseio incorreto
de materiais nucleares são as principais causas de acidentes nucleares no
mundo. As consequências desses acidentes são enormes desde mortes no momento de contato a doenças que surgem no decorrer dos anos, como o câncer, hemorragia
interna difusa em vários órgãos ou até mesmo em partes do corpo amputadas.
Entende-se que a energia nuclear é uma forma bem viável ao consumo, pois está
altamente disponível e suas usinas podem ser construídas em apenas três anos.
Figura 6: Efeito de radiação no corpo humano
Fonte: Mundo Educação
Deve-se considerar que alguns países
não possuem ambientes adequados para produção de outros tipos de energia como a eólica,
solar ou hidrelétrica e a quantidade de habitantes também influência no consumo
de energia.
Portanto, para a produção e desenvolvimento de energia nuclear
torna-se essencial tomar os cuidados necessários como manutenção e equipamentos
adequados, o material com radiação deve ter o descarte correto, recomenda-se
que tenha uma área reservada para os materiais em desuso e entre outras ações
que podem ser tomadas quanto a utilização correta da energia nuclear.
Referências Bibliográficas:
MONTAVÃO, Edmundo. Energia Nuclear: Risco ou oportunidade?.
Núcleo de Estudos e Pesquisas do Senado. Disponível em < https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-108-energia-nuclear-risco-ou-oportunidade
> . Data de acesso <05 de março de 2017>.
OKUNO, Emico. Efeitos biológicos das radiações ionizantes. Acidente radiológico de
Goiânia. Estudos Avançados. Vol. 27. N.77. São Paulo. 2013.
TÉBÉKA, Iris Raquel Maia.
HALLWASS, Fernando. Radiações nucleares:
Histórico e Aplicação Industrial na Preservação de Alimentos. I CONGRESSO
NORTE NORDESTE DE QUÍMICA. 2007.Natal/Rio Grande do Norte.
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