Quando se fala de urbanização, que em latim significa urbs, a relação que é estabelecida é sobre o conceito de cidade. Podemos definir cidade como sendo a concentração de um grande número de pessoas em uma determinada porção do espaço geográfico, estabelecendo relações sociais, econômicas e de prestação de serviços.
Podemos definir cidade utilizando dois critérios:
- demográfico-quantitativo
- político-administrativo
De acordo com o
critério demográfico-quantitativo, a existência ou não de uma cidade está
diretamente relacionado ao número de habitantes que essa possui. Cada país pode
estabelecer um número específico para a definição de cidade.
Já o critério político-administrativo, que
é utilizado no Brasil, não leva em consideração um número específico de
habitantes, basta que seja sede de um município.
Tigres, Eufrates, Nilo e Indo ao logo dos vales dos
rios teriam surgido a cerca de seis mil anos, sendo as primeiras cidades
já registradas. Nessa época, as cidades já possuíam certa importância
política, econômica e social, porém, só será a partir do século XVIII que o
processo de urbanização terá início.
O processo de urbanização está diretamente
relacionado ao aumento da população urbana em relação à população rural.
Portanto, quando a população de um determinado lugar supera os 50% do total de
habitantes, dizemos que esse espaço é urbanizado.
Por volta de 1800, apenas 3% da população
encontrava-se na área urbana. Mas a partir da 1ª Revolução Industrial o
deslocamento da população do campo para as cidades em busca de emprego
aumentou. Funcionavam como fatores de repulsão da área rural: baixos salários
agrícolas, concentração fundiária e mecanização do campo.
Em meados do século XIX, durante a 2ª
Revolução Industrial, cerca de 15% da população mundial já se encontrava
vivendo em cidades. Nos centros urbanos os fatores de atração não se resumiam
ao processo de industrialização, mas também a expansão do setor de serviços.
Figura 1: Saída do Campo para a Cidade
Fonte: (Google/Imagens)
Iniciou-se o processo de urbanização no Brasil no século XX, a partir do
processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para
o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana.
Esse deslocamento, também
chamado de êxodo rural, provocou a mudança
de agrário-exportador para um urbano-industrial. Atualmente, mais de
80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de
urbanização dos países desenvolvidos.
O Brasil até 1950 era um país de população rural. As
principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos
agrícolas, como o café.
A partir do
início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições
específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também
esteve associado dois outros fatores, como a
concentração fundiária e a mecanização do campo.
Figura 2: Urbanização Brasileira em números
Fonte: (Google/Imagens)
A partir de 1950 com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.
A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores.
A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do
país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural,
principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos
que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos
últimos 70 anos.
Figura 3: Divisão dos Estados
Fonte: (Google/Imagens)
Na região Centro-Oeste, o principal fator foi a construção de Brasilia, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Final da década de 1960 e inicio da década de 1970, a segunda região mais urbanizada do país tornou-se o Centro- Oeste.
A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.
A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a população rural.
Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.
A
urbanização nos países desenvolvidos ocorreu de maneira lenta e gradativa,
assim como a industrialização, contribuindo para a criação de infraestruturas
urbanas. Já nos países subdesenvolvidos, o processo ocorreu em um curto
espaço de tempo e a urbanização ocorreu de maneira
rápida e desordenada.
Cidades
que receberem grandes fluxos migratórios e não se encontravam preparadas para o
rápido crescimento urbano, ocorreu a formação de espaços segregados.
Figura 4: Favelas
Fonte: (Google/Imagens)
As favelas
são uma característica marcante desses espaços, onde se observa a reduzida
oferta de água encanada, rede de esgoto e pavimentação de vias. Outros
problemas encontrados são os elevados
índices de desemprego; aumento da violência urbana e da economia informal.
Referências Bibliográficas:
Urbanização Brasileira. Disponível em: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/urbanizacao/urbanizacao-brasileira.html. Acesso em: 13 de maio de 2017
Urbanização Mundial. Disponível em: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/urbanizacao/urbanizacao-mundial.html. Acesso em: 13 de maio de 2017
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